Marcos Scaldelai ingressou na Bombril, em 2010, como diretor de marketing. Foi diretor comercial e se tornou presidente em 2013 aos 36 anos. Em 2014, foi eleito como um dos executivos jovens de maior destaque no Brasil pela Revista Forbes e esteve na lista dos 100 Executivos que Fazem o Brasil Melhor, elaborada pelo Lide e Joven Pan. Também foi nomeado pela Academia Brasileira de Marketing para ser integrante do Hall da Fama do Marketing no Brasil, que contempla os 87 melhores profissionais de marketing do País. O número de convites para palestras, além dos pedidos de conselhos de diretores de grandes empresas, o fez perceber um potencial para esse mercado. Decidiu, no ano passado, abrir sua própria empresa, a MHS. Em seis meses, faturou o seu primeiro milhão, oferecendo consultoria de marketing e vendas para pequenas e médias empresas. Marcos ainda é autor de best-sellers e apresentador de um programa de empreendedorismo na TV IG. Seu mais recente livro, Vendedor Falcão, já entrou para a lista de mais vendidos.
GeraçãoE – Por que empreender após chegar a presidência de uma empresa?
Marcos Scaldelai – Querer ser dono do meu próprio negócio sempre fez parte da minha essência, tanto que nas empresas que trabalhei tive os DNAs dos donos no sangue. Agia como se fosse dono. Na época em que eu era presidente, fui convidado para escrever um livro sobre meus cases de sucesso e minha trajetória, e nunca imaginei que se tornaria um best-seller com mais de 25 mil livros vendidos. Então, viajava por todo o País realizando palestras, e, sempre quando acabava, diretores de pequenas e médias empresas me procuravam pedindo conselhos sobre estratégias de vendas e marketing. Percebi que esse mercado tinha potencial e, quando decidi deixar a Bombril, vi que era o momento de me reinventar.
GE – O sucesso é 100% esforço?
Marcos – O sucesso é consequência das suas atitudes. E quando a gente se esforça é porque amamos desafios. E quem ama desafio é porque quer ser um vencedor e não se conforma com pouco. Ultrapassar a meta vira obstinação.
GE – É preciso ser “louco” no meio executivo?
Marcos – É. Pensar em ser diferente, sempre fora da caixa, é, muitas vezes, agir como um louco, pois não temos medo de falhar e ser julgado. Só temos a ganhar com atitudes inovadoras.
GE – Quais são os princípios, abordados em seu mais recente livro (Vendedor Falcão), para criar equipes de alta performance?
Marcos – Assim como um falcão, é fundamental que o vendedor tenha a visão apurada e consiga enxergar os mínimos detalhes e o potencial de cada cliente; velocidade, pois tudo é para ontem; e garra, já que quem quer vencer precisa ser insistente e saber dar o bote na hora certa. Então, faço uma analogia para mostrar que quem quer se tornar um falcão precisa vender ou ter um resultado muito bom em vendas para enxergar o todo, precisa ter uma visão qualificada, agir com velocidade.
GE – De onde vem essa vontade de, como você diz, colocar a cabeça na guilhotina?
Marcos – Colocar a cabeça na guilhotina é ousar, procurar ideias diferenciadas e que ninguém nunca pensou. É não almejar ser o presidente da empresa e sim o funcionário que faz a diferença dentro dela. Essa vontade vem do desejo de ver a empresa que você trabalha crescer e evoluir por conta de um trabalho em equipe bem planejado.
GE – Qual é a chave para crescer na carreira?
Marcos – Ter atitudes nos seus sonhos.
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